fatos & fotos
Por: Scheilla Franca de Souza
Tudo é imagem. Contemporaneamente, vivemos em uma sociedade onde a cultura digital permite afirmar uma maior valorização do olhar, da representação visual, nos mais diversos aspectos e instâncias sociais. No entanto, no que se refere a esta relação efervescente entre o homem e sua imagem, observamos que esse fato não se apresenta como uma novidade, mas sim, como um recurso presente em diversas fases da humanidade, sobretudo, como registro e reflexão das formas de cultura e hábitos sociais. Ainda não havia a escrita, mas as imagens nas paredes das cavernas já falavam por nós, contavam nossa história.
Essa potencialidade do resgate cultural no âmbito da imagem história é mais evidente ainda quando se observa o nascimento da primeira imagem técnica, ou seja, aquela que se utiliza da questão do aparelho para captura, a fotografia. Desde seu surgimento, esta tem se comportado como uma ferramenta relevante no sentido de capturar o hoje para resgatá-lo amanhã, em um futuro muitas vezes nem tão próximo assim. Dessa forma, a escrita fotográfica é responsável por preencher diversas páginas da história da humanidade.
É verdade que esta realidade contada pela imagem e, neste caso mais específico, da fotografia, não pode ser tomada sempre como um espelho fiel dos fatos. É preciso ressaltar que sua função informativa se potencializa quando esses registros são contextualizados dentro da narrativa histórica, evidenciando e refletindo sobre suas referências sociais, políticas e culturais, delineando os limites de tempo e espaço que estavam configurados no breve espaço de tempo entre o abrir e o fechar do obturador.
Neste caso se encaixa a proposta desta compilação fotográfica acerca da história de Caravelas, na Bahia. Como uma das cidades mais antigas no país, com mais de 5 séculos desde seu descobrimento, este resgate de fotografias históricas em conjunto com o registro da atualidade consegue compor uma narrativa imagética que permite organizar, resgatar e ainda refletir, sobre as múltiplas facetas culturais desta importante cidade brasileira.
Esta trama fotográfica compreende imagens catalogadas por aspectos, em ordem cronológica. São estes os aspectos culturais, sociais, políticos e religiosos. Algumas dessas fotografias são os únicos registros de manifestações e fatos ocorridos na cidade ao longo dos tempos. Muitas das imagens foram conseguidas com a própria comunidade, graças ao ser acervo pessoal. Neste período de coleta e digitalização das fotografias, ainda não havia um catálogo da história caravelense por meio de suas imagens, sendo esta a primeira iniciativa neste sentido. Sua história mistura-se com a história de seu povo, seus personagens. Tudo é imagem, assim sendo, podemos agora observar Caravelas, em seus fatos por meio de suas fotos.
(Scheilla Franca de Souza é caravelense e graduada em Comunicação Social, com habilitação em Rádio e TV, pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e doutora pela UFBA. Atua nos Grupos de Pesquisas Multicultural no Ensino dos Conectores e Marcadores no Discurso Escrito de Hispanofalantes Aprendizes de Português-Língua Estrangeira e nas pesquisas de Comunicação, Tecnologia, Arte, Cultura, Linguagem, Multiculturalismo e Argumentação Discursiva. É Co-autora do livro Relatos Históricos de Caravelas, desde o Século XVI lançado pela Fundação Professor Benedito Ralile, 2007).
LEITURA DE FOTOGRAFIAS HISTÓRICAS
"Como era" - Investigação da realidade construída
Comentário
Por: Scheilla Franca de Souza, em setembro/2009
Conteúdos
Cada vez mais se encontram fotografias históricas nos espaços públicos.
Um número crescente dessas fotografias é usado em exposições,
livros e documentários históricos. Fotografias "velhas" constituem o
material bruto de anúncios, decoração de hotéis, restaurantes,
negócios e designers.
A que se deve este incremento? Os meios digitais de armazenamento
e a Internet simplificaram o acesso às fotografias históricas e
facilitaram o seu processamento. No entanto, esta não é, de forma alguma,
a única razão. As fotografias parece que, sem esforço, nos tocam e
levam para um mundo ido, preenchendo-nos de sentimentos.
Frequentemente experimentamos uma sensação de "historicidade".
No entanto, a única coisa que uma fotografia nos pode oferecer é
uma visão manipulada do mundo, que nós não compreendemos (mais).
Objectivos
Em pequenos grupos investigamos o efeito deste mundo de imagens
monocromáticas e criamos uma história, um guião, a partir das emoções
despertadas por elas. A experiência de cada um é processada através da
apresentação dos cartazes de todo o grupo: a enorme diversidade
de histórias e guiãos que surge a partir das mesmas fotografias,
mostra quão dependente está o significado dos motivos do guião,
da sequência, do processamento e do texto. Mesmo as fotografias que,
supostamente, devem mostrar "Como foi", permitem um leque
imenso de interpretações, mesmo interpretações diametralmente opostas.
Quando visitamos exposições, vemos documentos históricos e lemos
livros profusamente ilustrados com fotografias históricas, a questão
central que devemos ter sempre em mente é: porquê esta forma
de apresentação? O que se pretende atingir?
O conhecimento especializado serve para mostrar quão importante
é para a compreensão das fotografias históricas, saber quer a
história da fotografia, quer das circunstâncias da sua criação e utilização.
O objectivo é conscientizar os participantes de quanto as fotografias
históricas dependem da sua apresentação, para chamar a atenção
sobre elas. Ao mesmo tempo, encorajá-los a conquistar uma nova
compreensão das fotografias, trazendo informação adicional.
C A R A V E L A S
Bandeira, símbolo de representação da cidade
vista aérea de Caravelas, ao fundo a Agência do INSS, década de 70
antiga Rua Grande, atualmente, Rua 7 de Setembro
local que abrigava maioria do comércio varejista e
instituições públicas e privadas (década de 70)
local que abrigava maioria do comércio varejista e
instituições públicas e privadas (década de 70)
vista aérea parte do Centro e bairro da Olaria - década de 90
vista aérea casarios e parte lateral da igreja matriz
Capela de Santa Efigênia (padroeira dos negros)
obra iniciada pelos escravos em 1755 e concluída em 26/10/1767
obra iniciada pelos escravos em 1755 e concluída em 26/10/1767
vista de hidroaviões no rio Caravelas e rua Aníbal Benévolo
(Casa de Câmara e Cadeia, comercial com lojas de sírio-libaneses,
armazéns de cacau e café) _ década de 40
(Casa de Câmara e Cadeia, comercial com lojas de sírio-libaneses,
armazéns de cacau e café) _ década de 40
vista da orla e do Rio Caravelas, 2015
"MELHORAMENTOS
CANTEIRO DE OBRAS"
avenida Sócrates Ramos, 2020, totalmente construída
avenida Sócrates Ramos, contorno. 2020
asfalto e ciclovia, 2020 Av. Sócrates Ramos
praça Igreja N. S. Conceição, (2020) Barra de Caravelas
construção de asfalto e ciclovia, 2020
reforma e modernização da Rua Aníbal Benévolo (2020)
avenida Sócrates Ramos, contorno. 2020
asfalto e ciclovia, 2020 Av. Sócrates Ramos
praça Igreja N. S. Conceição, (2020) Barra de Caravelas
construção de asfalto e ciclovia, 2020
reforma e modernização da Rua Aníbal Benévolo (2020)
reforma do Terminal Rodoviário de Ponta de Areia
revitalização e melhoramento do Ribeiro Aracaré
de Barra de Caravelas (2020)
de Barra de Caravelas (2020)
construção escola modelo de Juerana (2019)
reforma e modernização do Pier das embarcações de Turismo (2020)
vista aérea do pier de turismo e Rua Anibal Benévolo (Porto) revitalizada (2020)
reforma e modernização do Pier das embarcações de Turismo (2020)
vista aérea do pier de turismo e Rua Anibal Benévolo (Porto) revitalizada (2020)
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